Quando a Conexão se Torna Cuidado.
Em um mundo que se torna mais longevo e se digitaliza a cada dia, torna-se evidente que criar oportunidades de interação para pessoas idosas não é somente uma escolha pedagógica, é um compromisso social. Cada clique, cada mensagem enviada, cada dúvida acolhida e cada tutorial compartilhado representam muito mais do que aprendizagem tecnológica: representam presença, dignidade, pertencimento e continuidade de vida.
Quando as atividades de ensino e de lazer são desenhadas com sensibilidade, intencionalidade e afeto, elas se transformam em uma ferramenta poderosa de inclusão. Não é exagero afirmar que, para muitos, aprender a usar o digital significa reconectar-se consigo, com os outros e com o mundo.
Portanto, investir em práticas educativas que respeitem ritmos, celebrem conquistas e valorizem trajetórias não é apenas promover letramento digital, é promover cidadania, autonomia e bem-estar.
Ao final, percebemos que tecnologias não substituem vínculos, mas podem ampliá-los. Elas criam caminhos onde antes havia distância, reacendem memórias adormecidas, fortalecem identidades e sinalizam que, independentemente da idade, sempre há espaço para aprender, compartilhar e pertencer.
E talvez essa seja a mensagem mais poderosa de todas: a verdadeira inclusão digital não conecta máquinas – conecta pessoas.
Por fim, no entrelaçar de telas, vozes e memórias, a aprendizagem ao longo da vida por meio das tecnologias digitais revela algo que a tecnologia sozinha jamais entregaria: a possibilidade de reinventar a presença. Cada pessoa idosa que se aventura no mundo digital não aprende simplesmente a navegar – aprende a florescer novamente, a abrir janelas onde antes havia silêncio, a transformar a distância em encontro. E, assim, entre um clique e outro, descobrem que a vida continua a pulsar em novos ritmos, convidando-os a serem parte, a serem ponte, a serem história viva. Porque, no fundo, não é o digital que importa, mas a delicada alquimia entre afeto, coragem e conexão, uma tessitura humana que faz da velhice não um encerramento, mas um horizonte que segue se abrindo.

Maracaju/MS, 2025
• Doutoranda e Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu/UFRGS) na linha de pesquisa Informática na Educação, com graduação em Serviço Social.
• Especialização em Gestão Estratégica de Recursos Humanos e Docência no Ensino Superior.
• Pesquisadora e professora nas áreas: Estratégias Pedagógicas, Competências Socioafetivas e Tecnologias Digitais para o público 60+.